Camila Dulce Campos, analista da gerência de Segurança e Saúde para a Indústria do SESI-MG, também esclarece que os impactos e dados sobre saúde mental são cada vez mais alarmantes: estima-se que, a cada ano, 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos devido à depressão e ansiedade, custando à economia global quase um trilhão de dólares. “Preocupada com as questões de saúde mental e seus impactos na sociedade, a Organização Mundial da Saúde publicou as diretrizes sobre saúde mental no trabalho (WHO Guidelines on mental health at work) e incluiu em seu cronograma o Plano de Ação Integral de Saúde Mental 2013-2030, que compromete os países com metas globais para promover transformações em saúde mental. Dentro deste plano, as propostas envolvem uma série de ações que se concentram na mudança de atitudes em relação à saúde mental e reorganização dos entornos que influenciam a saúde mental, como os locais de trabalho, por exemplo”, afirma, reforçando que ao contrário do que se possa imaginar, falar sobre a campanha de prevenção ao suicídio e valorização da vida não aumenta o risco.
“Ao oferecer um olhar acolhedor e empático diante dos desafios que encontramos – em casa, no trabalho, nas nossas relações e nas expectativas que temos sobre o cotidiano – e trazer informações práticas sobre a prevenção ao suicídio e valorização da vida, permite o alívio da angústia e tensão e que as pessoas próximas também identifiquem situações de risco e busquem suporte e ajuda profissional”, ressalta.
Saúde emocional e impacto no PIB
A FIEMG realizou, no início deste ano, a pesquisa “Os Custos Econômicos dos Transtornos Mentais”. Segundo o levantamento da gerência de Economia e Finanças Empresariais da Federação mineira, problemas psicológicos causaram uma perda de 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$282 bilhões. Em relação às empresas brasileiras, a perda no faturamento chegou a R$397,2 bi por ano e houve uma redução de 800,7 mil empregos (formais e informais) gerados no mesmo período. Já os impostos líquidos tiveram uma queda estimada de R$25,7 bi. “Os problemas de saúde mental atingem diretamente milhões de brasileiros e os efeitos vão além do indivíduo, afetando familiares e pessoas próximas, bem como o restante da sociedade”, destaca João Gabriel Pio, economista-chefe da Gerência de Economia e Finanças Empresariais da FIEMG.
Saúde mental e ambiente escolar
O SESI e o SENAI realizam, em suas unidades educacionais, um trabalho voltado para o cuidado com a saúde emocional dos alunos. O desenvolvimento de habilidades socioemocionais sempre ocorreu nas escolas, de forma transversal, acompanhamento atento da equipe escolar e projetos educativos.
“Uma educação integral deve abarcar aprendizagem nos campos cognitivo, social, emocional e comportamental. Dessa forma, em 2022 esse trabalho foi intensificado nas escolas, com a ampliação da equipe de psicólogos que estão atuando na rede de forma regionalizada, e também em parceria com o Serviço Social”, explica Izabela Giannetti Horta, analista de Projetos Educacionais e responsável pelas equipes de Psicólogos Educacionais do SESI e do SENAI.
“Nossa equipe trabalha com foco na educação socioemocional, fazendo acolhimentos, a alunos, individuais e coletivos. As famílias também são impactadas com acolhimento, orientação e informações relevantes para a educação dos filhos, sejam por meio de reuniões, palestras, textos enviados. Acreditamos que conflitos interpessoais, uso de tóxicos, cyberbullying, bullying, problemas comportamentais ou relacionados à saúde mental podem ser minimizados e evitados com um bom trabalho de prevenção. Por isso, são elaborados diversos projetos educativos e preventivos, além de um olhar atento aos nossos alunos, com uma equipe que acolhe e faz escuta ativa diariamente”, ressalta.
Segundo Horta, é importante encorajar crianças e jovens a perceberem suas próprias emoções, falarem sobre elas para que possam elaborar e amadurecer o autoconhecimento e desenvolver recursos internos que ajudam a lidar com situações difíceis. “Nesse sentido, o Setembro Amarelo vem sendo, a cada ano, explorado nas unidades, com diversas ações de acolhimento, convite ao diálogo, encorajamento ao autoconhecimento, palestras informativas, materiais relacionados ao tema, dentre outras atividades e dinâmicas”, afirma, ressaltando que é gratificante perceber a evolução e o quanto ações como estas são impactantes a alunos, famílias e educadores. “A saúde mental é um trabalho de todos nós, juntos”, reforça.
Como o SESI-MG atua ajudando as indústrias a cuidarem da saúde mental de seus trabalhadores?
A área de Promoção da Saúde do SESI-MG tem desenvolvido e atuado na promoção de saúde mental em diversos eixos. Dentre suas possibilidades de atuação, psicoeducativas e interventivas, inclui a oferta de soluções à indústria mineira que prezem pela saúde mental de lideranças e colaboradores para manutenção de ambientes seguros e saudáveis. “O desemprego e especialmente a perda de emprego são vistos como fatores de risco conhecidos para tentativas de suicídio. Além disso, ambientes de trabalho negativos estão associados a riscos mais elevados de desenvolvimento da depressão, ansiedade e estresse relacionado com o trabalho”, explica Camila Dulce Campos.
Segundo Campos, o atendimento à indústria ocorre de acordo com o portfólio que está disponibilizado no site da FIEMG. A maior demanda atualmente recai sobre o Atendimento Psicossocial, que tem atuado diante dos riscos psicossociais e ofertado atenção às necessidades dos trabalhadores.
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Denise Lucas
Imprensa FIEMG