A primeira reunião da Câmara das Indústrias de Insumos e Transformação do Vestuário, Calçados e Acessórios sob a gestão de Rogério Vasconcelos foi realizada no dia 27 de março, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), e marcou o início de um novo ciclo voltado à articulação, inovação e fortalecimento da cadeia produtiva da moda em Minas Gerais.
Durante o encontro, Rogério apresentou as diretrizes que nortearão os trabalhos da Câmara, destacando a importância de ampliar a participação da indústria dentro desse espaço. A proposta é atrair não apenas representantes do vestuário, mas também dos segmentos de calçados, acessórios, têxteis, aviamentos e insumos em geral. “Queremos trazer a indústria para dentro da Câmara, escutar suas dores e transformá-las em pautas estratégicas que possam orientar o trabalho da FIEMG”, afirmou.
O presidente da Câmara também apresentou brevemente a estrutura e o papel da FIEMG, entidade composta por 126 sindicatos industriais, que representa setores diversos como alimentos, bebidas, móveis, plásticos e metalurgia. “A FIEMG é a casa da indústria. Atuamos na defesa dos empresários, junto ao legislativo e na proposição de políticas que favoreçam o ambiente de negócios”, reforçou.
Vasconcelos explicou ainda o funcionamento das entidades que compõem o Sistema FIEMG — SESI, SENAI, IEL e CIEMG — com destaque para o SENAI Modatec, especializado na formação de mão de obra e no suporte técnico à indústria da moda. Ele compartilhou com os participantes um projeto inovador desenvolvido pela instituição: a criação de coleções de moda por meio de inteligência artificial, capaz de acompanhar toda a cadeia de produção até a entrega da peça piloto. “É impressionante o que a IA pode fazer. Existem dois tipos de estilistas: os de antes e os de depois da inteligência artificial”, destacou.
Além da apresentação institucional, a reunião contou com a palestra “Design, Tecnologia e Moda: Caminhos para o Futuro da Indústria Criativa”, ministrada pelo professor e pesquisador Wadson Amorim. Com atuação em áreas como vestuário, joalheria e automotiva, Amorim trouxe uma análise sobre o impacto das tecnologias emergentes na moda, como fabricação digital, interfaces imersivas, blockchain e inteligência artificial — elementos centrais da chamada Indústria 5.0, que reintegra o fator humano ao centro do processo produtivo, promovendo colaboração com as máquinas, sustentabilidade e personalização em massa.
Amorim destacou os ganhos competitivos que a IA pode trazer ao design de moda, como redução do tempo de desenvolvimento, melhoria na tomada de decisão e ampliação das possibilidades criativas. Dados de uma pesquisa realizada por ele, em parceria com a FIEMG, SENAI e a Universidade do Estado de Minas Gerais, revelam que a principal barreira para a adoção da IA no setor é a falta de conhecimento, apontada por 80% dos entrevistados. “Isso evidencia uma demanda urgente por capacitação”, concluiu.
A reunião também abordou alternativas de linhas de financiamento voltadas ao setor, fortalecendo o papel estratégico da Câmara como espaço de articulação e construção de soluções concretas para os desafios da cadeia da moda mineira.
As Câmaras da FIEMG, como destacou Vasconcelos, têm o papel de examinar, discutir e sugerir ações ao presidente da Federação, colaborando com o processo decisório da entidade. Ao identificar demandas e propor estratégias, essas estruturas tornam os serviços e iniciativas do Sistema FIEMG mais alinhados à realidade das indústrias, gerando eficiência, competitividade e produtividade.
Denise Lucas
Imprensa FIEMG