Minas Gerais caminha para encerrar 2024 com resultados econômicos positivos. De acordo com o Balanço Anual 2024 e Perspectivas da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), o Produto Interno Bruto (PIB) do estado cresceu 2,8% até o terceiro trimestre, com destaque para a indústria. O setor avançou 4,2%, sendo impulsionado pelos segmentos extrativo (6,3%), construção (8,9%) e energia e saneamento (7,5%). O levantamento foi divulgado nesta nesta quinta-feira (19/12), em um encontro com a imprensa, na sede da entidade, em Belo Horizonte.
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No cenário nacional, o PIB registrou aumento de 3,3%, puxado pela indústria (3,5%) e pelo setor de serviços (3,8%). Apesar dos resultados, a FIEMG alerta para desafios econômicos em 2025, com a possibilidade de desaceleração devido à inflação, aos juros elevados e riscos fiscais crescentes.
O presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, destacou que o mercado reage às expectativas futuras, muito mais do que em relação ao presente. “A nossa análise desse quadro é que a economia brasileira vem com um bom crescimento, mas impulsionada por forças que não trazem investimento econômico no longo prazo. É aquela injeção de adrenalina que tem um impacto imediato, mas depois já não tem todos os efeitos”, afirmou Roscoe. “Basicamente, o mercado está lento e a injeção de adrenalina uma hora tem que acabar, porque se for demais ela mata o paciente. E o que vai matar o paciente é o endividamento público e o déficit fiscal. E é esse quadro que hoje os agentes econômicos identificam e estão cobrando do Governo uma mudança com relação ao quadro fiscal”, completa.
O estudo traz também dados sobre o mercado de trabalho, que registrou queda na taxa de desemprego para 5%, o menor patamar desde 2012. No terceiro trimestre, 11 milhões de pessoas estavam ocupadas no estado, com 2,53 mi de empregos no setor industrial, um aumento de 5,7% em relação ao ano anterior. Nacionalmente, a taxa de desemprego foi de 6,4%, refletindo o dinamismo do mercado.
A análise destaca ainda que o dinamismo do mercado de trabalho impulsionou o consumo das famílias, contribuindo para o crescimento econômico, no entanto a política monetária restritiva deve frear a criação de empregos no próximo ano. Por outro lado, a FIEMG enfatiza a importância de investimentos em infraestrutura, inovação e qualificação profissional como caminhos para garantir o desenvolvimento sustentável e a geração de novas oportunidades.
Roscoe faz uma crítica aos programas sociais que hoje não dialogam com o mercado de trabalho. “Em várias empresas têm havido redução da atividade econômica ou mesmo têm deixado de produzir em função da falta de trabalhadores, além disso, como há uma escassez de mão de obra, infelizmente, isso gera perda de produtividade”, destaca.
De acordo com o economista-chefe da FIEMG, João Gabriel Pio, as perspectivas indicam que a indústria mineira crescerá 3,2% neste ano. Para 2025, ele prevê um recuo da atividade econômica no estado e no Brasil. “Quando nós olhamos ao longo dos anos a economia tem superado as expectativas do que era previsto inicialmente e, de fato, quando nós olhamos a série do PIB, nós percebemos que a partir de 2021, tanto o PIB do Brasil quanto o de Minas Gerais, passam a ter um crescimento muito mais consistente. A média de crescimento de 2021 a 2023 foi de 3,2%”, analisa o especialista, que ainda revela um ponto importante: “Nesse período recente, a economia de Minas tem performado melhor do que o Brasil, é uma média de crescimento de 4.1% e isso explica esse crescimento”.
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Ana Paula Motta
Imprensa FIEMG