As Federações das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) e de Santa Catarina (FIESC), juntamente com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) promoveram um encontro estratégico no CIT SENAI ITR (Unidade de Ímãs e Terras Raras), em Lagoa Santa. O evento, realizado no dia 26 de setembro, reuniu líderes da indústria e especialistas em inovação para discutir o desenvolvimento da cadeia de produção de magnéticos permanentes de terras raras no Brasil, fundamentais para setores como automotivo, energético e tecnológico.
Entre os principais destaques esteve o projeto MagBras – edital SENAI/FUNDEP / Programa Rota 2030/MOVER. O projeto visa estabelecer uma cadeia produtiva completa e permanente de terras raras no país, para possibilitar a entrada do Brasil como um player importante no cenário mundial.
“O mundo está de cabeça para baixo e mais cedo ou mais tarde será cobrado o preço de não termos aqui uma cadeia produtiva desses elementos. Por isso o MagBras é importantíssimo para o setor industrial brasileiro”, afirmou Flávio Roscoe, presidente da FIEMG, durante o evento, reforçando que o projeto MagBras é uma oportunidade única que o setor produtivo não deve deixar passar.
O representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Amynthas Jacques de Moraes Gallo, reforçou as palavras de Roscoe. “O CIT SENAI ITR é a maior planta de produção de ímãs permanentes na América do Sul, com potencial e capacidade instalada já dada”, afirmou. “Dentro de uma perspectiva de aliança industrial, a proposta é ir além da angariação de recursos ou orçamentos. O mais importante é avaliar como esse projeto pode ampliar o adensamento da cadeia de terras raras no Brasil”. Também do BNDES, Márcio Henriques participou de forma remota.
Online, Mário Cézar de Aguiar, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), pontuou que o projeto MagBras é uma importante experiência de união de entidades e de competências. “É uma grande oportunidade para a indústria brasileira, pois a matéria-prima é abundante em nosso território e o processamento, de ponta a ponta, pode ser totalmente feito aqui”, afirmou.
O pesquisador chefe do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura e Processamento a Laser de Joinville, Luís Gonzaga Trabasso, em concordância com Aguiar, ressaltou que o MagBras vai abranger toda a cadeia produtiva. “É um projeto estruturante que será o demonstrador industrial do ciclo completo de produção brasileira de ímãs de terras raras”.
Unidade de Ímãs e Terras Raras – Durante o evento, foi apresentado o status atual do CIT SENAI ITR (Unidade de Ímãs e Terras Raras) e as oportunidades que ele oferece para o avanço da produção de ímãs permanentes no Brasil. “O CIT SENAI ITR, que já está operando com uma planta piloto, é um dos principais centros de pesquisa e desenvolvimento no Brasil dedicado a materiais magnéticos”, explicou o gerente de Tecnologia e Inovação do CIT SENAI, José Luciano de Assis. “A infraestrutura do centro permite o desenvolvimento de novos materiais e soluções industriais, e poderá ser o início da materialização de um novo mercado para o Brasil”, ressaltou.
O coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento do CIT SENAI ITR, André Pimenta de Faria, explicou que, em dezembro de 2023, a FIEMG adquiriu o Laboratório, sendo este a única fábrica de ligas e ímãs de terras raras do hemisfério sul. “A nossa capacidade de produção é de 100 toneladas ano de ímãs NdFeB sinterizados, as ligas de terras-raras”. Segundo ele, dentre os objetivos do CIT SENAI ITR estão viabilizar a cadeia de valor de Elementos Terras Raras (ETR) no Brasil, fomentar desenvolvimento da produção industrial de Imãs Permanentes com tecnologia nacional e estabelecer as bases para desenvolvimento de uma Política Nacional da Indústria de Ímãs Permanentes.
Os participantes também fizeram uma visita guiada às instalações do CIT SENAI ITR, onde puderam conhecer de perto as tecnologias inovadoras e processos utilizados no desenvolvimento de ímãs permanentes, reforçando o papel fundamental do instituto para o crescimento da indústria nacional de terras raras e ímãs permanentes.
Terras raras – São um grupo de 17 elementos químicos encontrados na crosta terrestre, que possuem propriedades magnéticas, catalíticas e luminescentes únicas. “Eles são essenciais na fabricação de produtos de alta tecnologia, como magnéticos permanentes, utilizados em motores elétricos, turbinas eólicas, smartphones e outros dispositivos eletrônicos”, explica José Luciano de Assis, lembrando que o Brasil tem a terceira maior jazida de terras raras. “São elementos presentes em pequenas proporções, difíceis de extrair e de processar”.
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Denise Lucas
Imprensa FIEMG