Em reunião nesta quarta-feira (29/1), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu aumentar a taxa Selic em um ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano, reforçando a postura contracionista da política monetária. A decisão foi justificada pela aceleração da inflação corrente e pela deterioração das expectativas futuras, atribuída à perda de credibilidade da política fiscal.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, reconhece a importância do controle da inflação para a estabilidade econômica. Entretanto, ele manifesta grande preocupação com os impactos negativos do aumento dos juros. Nessa direção, Roscoe observa que “a elevação da Selic a níveis tão altos tende a restringir os investimentos produtivos, aumentar os custos de produção e reduzir a competitividade da indústria brasileira e mineira, especialmente em um contexto em que o ‘custo Brasil’ já é excessivamente alto, com gargalos logísticos, carga tributária elevada e crédito caro”.
Além disso, essa medida pode agravar a já esperada desaceleração econômica, prejudicando a geração de empregos, a renda das famílias e a própria arrecadação do governo. Flávio Roscoe aponta também que a taxa básica de juros em patamares tão elevados compromete as empresas que contraíram empréstimos bancários durante a pandemia para mitigar os efeitos econômicos da crise. Isso eleva significativamente o custo financeiro das empresas, que enfrentam maiores despesas com empréstimos e capital de giro, e encarece os produtos finais, gerando pressão inflacionária, justamente o que a política monetária busca conter.
O presidente da FIEMG reforça a necessidade de uma política fiscal devidamente alinhada à política monetária, de modo a garantir maior equilíbrio e eficiência na condução da economia. “É essencial implementar medidas que não apenas mantenham a inflação sob controle, mas também contenham os gastos públicos, preservem o ambiente de negócios, estimulem investimentos produtivos e promovam o crescimento econômico de maneira sustentável”.
Por fim, Roscoe defende um alinhamento de discurso entre a autoridade monetária e o governo, para que o custo de alcançar um equilíbrio econômico seja o menos oneroso possível para a economia e sociedade.
Imprensa FIEMG