Um estudo recente conduzido pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) revela um cenário preocupante para a economia brasileira em 2024, com previsões de perdas significativas decorrentes das arboviroses, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti como Dengue, Chikungunya e Zika. Estima-se que o Brasil possa sofrer um impacto econômico de R$20,3 bilhões devido à perda de produtividade causada pela doença.
As arboviroses, que registraram um aumento significativo de casos desde o final do último ano, não apenas ameaçam a saúde da população, mas também impõem severos danos econômicos, abrangendo desde os custos diretos com tratamento até a diminuição da produtividade dos trabalhadores afetados.
O Ministério da Saúde estima que o país enfrentará cerca de 4,2 milhões de casos de arboviroses em 2024, com Minas Gerais respondendo por 37% desse total. A análise detalhada pela gerência de Estudos Econômicos da FIEMG considerou diversos cenários, apontando para uma perda de produtividade em Minas Gerais que pode alcançar R$3,8 bilhões e, considerando os custos com tratamento avaliado em R$1,9 bilhão, pode impactar um total de R$5,7 bilhões.
Segundo João Gabriel Pio, economista-chefe da FIEMG, “o estudo evidencia os impactos econômicos e sociais das arboviroses na sociedade”. Ele explica ainda que os gastos com tratamento podem chegar a R$5,2 bilhões ao ano, valor suficiente para subsidiar o programa Bolsa Família para mais de 716 mil famílias. “Os custos com a saúde não são o único obstáculo”, explica Pio. Segundo ele, “o absenteísmo, decorrente do afastamento do trabalho, acarreta prejuízos significativos para a atividade econômica”.
Juliana Gagliardi, que integra o time de economistas da FIEMG, diz que “é urgente a necessidade de políticas públicas eficazes no combate às arboviroses, não apenas para proteger as pessoas, mas também para reduzir os impactos econômicos atrelados a essas doenças”.
O Brasil já registra mais de 1,5 milhão de casos de dengue e mais de 70 mil casos prováveis de Chikungunya. A rápida expansão dessas doenças já se transformou em epidemia em oito estados e cinco capitais, que declararam estado de emergência.
O relatório completo – que pode ser visualizado abaixo – evidencia a necessidade urgente de políticas públicas eficazes no combate às arboviroses, não apenas para proteger a saúde da população, mas também para mitigar os impactos econômicos devastadores que estas doenças podem causar.
Ana Paula Motta
Imprensa FIEMG