Em novembro, o Brasil registrou a abertura líquida (admissões menos demissões) de 106,6 mil postos formais de trabalho. O resultado ficou abaixo das expectativas de mercado (129,5 mil vagas). Apesar da desaceleração nos últimos meses, no acumulado de janeiro a novembro de 2024, o país registrou a criação de 2,22 milhões de empregos formais, valor 52,9% superior ao resultado de todo o ano de 2023 (1,46 milhão). A análise é da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta sexta-feira (27/12).
Dois dos quatro grandes setores da economia mostraram criação líquida de postos formais de trabalho em novembro, destacando-se comércio (94,6 mil vagas) e serviços (71,2 mil vagas), estes impulsionados por serviços de informação, comunicação e finanças, além de alojamento e alimentação.
A indústria total registrou redução de 36,8 mil postos de trabalho. O resultado foi influenciado, sobretudo, pelo segmento de construção (-30 mil vagas). No segmento de transformação, 10 das 24 atividades apresentaram retração no emprego formal. A atividade de fabricação de petróleo e biocombustíveis (-4,8 mil vagas) registrou o maior recuo no mês. Por sua vez, a atividade de fabricação de veículos automotores (2,2 mil vagas) registrou o maior avanço no período.
Em outubro, Minas Gerais registrou a geração de 1,1 mil vagas de emprego formal. No acumulado de janeiro a novembro de 2024, o estado registrou a criação de 207,5 mil vagas, resultado 50,2% superior a todo o ano de 2023 (138,1 mil). Dois dos quatro grandes setores mostraram criação líquida de postos de trabalho em outubro: comércio (7,7 mil vagas) e serviços (6,2 mil vagas). Em contrapartida, a agropecuária registrou o recuo de 5,7 mil vagas, e a indústria total 7,1 mil vagas.
O resultado da indústria total foi impulsionado, principalmente, pelo desempenho negativo do segmento de construção (-7,1 mil vagas).
No segmento de transformação, 12 das 24 atividades apresentaram resultados positivos, com destaque para a fabricação de veículos automotores (926 vagas) e produtos alimentícios (299 vagas). Por sua vez, a fabricação de derivados de petróleo (-586 vagas) registrou o pior desempenho no mês.
No segmento de construção, as três atividades apresentaram resultado negativo: obras de infraestrutura (-3,6 mil vagas), construção de edifícios (-1,8 mil vagas) e serviços especializados para construção (-1,6 mil vagas).
Perspectivas
As perspectivas para o final de 2024 são d eque o mercado de trabalho será impulsionado pela sazonalidade típica do período, especialmente no setor de comércio, em razão do aumento expressivo na demanda gerado pelas festividades de fim de ano. Esse movimento sazonal deverá resultar em uma ampliação de contratações, caracterizando uma expansão pontual na geração de empregos no curto prazo.
Para o próximo ano,no entanto, projeta-se um mercado de trabalho ainda aquecido, mas com um ritmo mais moderado, em consonância com as expectativas de desaceleração da atividade econômica. Esse cenário reflete os efeitos persistentes de uma política monetária contracionista – com taxas de juros em patamares elevados – e a redução dos estímulos fiscais.
Confira a íntegra da análise da FIEMG sobre os dados do CAGED, clicando aqui
Imprensa FIEMG