Minas Gerais fechou o ano de 2024 com um saldo histórico na balança comercial e um recorde nas exportações, que atingiram US$41,8 bilhões. Esse valor representa um aumento de 4,1% em relação ao ano anterior e também supera o pico de exportações registrado em 2011, consolidando o Estado como um dos líderes do comércio exterior brasileiro, respondendo por mais de 12% das exportações totais do país no ano passado.
Entre os produtos mais exportados por Minas Gerais estão minério de ferro (29,95%), café (18,7%), soja (6,99%), açúcar (5,67%) e ferroligas (5,40%), que juntos somaram quase US$30 bilhões. E os principais destinos são China (36,61%), Estados Unidos (11,01%), Alemanha (3,81%), Argentina (3,67%) e Holanda (3,24%).
Fonte: Centro Internacional de Negócios da FIEMG
Fonte: Centro Internacional de Negócios da FIEMG
Esse desempenho do Estado acompanha uma tendência verificada nos últimos cinco anos (2019 a 2024), quando o volume das exportações de Minas Gerais apresentou um crescimento contínuo, acompanhando a tendência nacional tanto em quantidade quanto em valor. Além disso, a alta do dólar também impacta positivamente no crescimento do valor das exportações.
E a expectativa para 2025 é positiva, reflexo tanto da valorização do câmbio quanto da conjuntura internacional. “China, Estados Unidos, Alemanha e Argentina continuam como principais parceiros comerciais de Minas Gerais. A expectativa é de que as relações comerciais continuem crescentes com esses países, considerando o cenário das relações econômicas e políticas internacionais como a posse do novo presidente americano e o avanço das negociações no âmbito do acordo Mercosul – União Europeia”, avalia a analista de Negócios Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Verônica Winter.
No entanto, a especialista não deixa de destacar alguns desafios que podem impactar as exportações ao longo do ano. “Um deles é em relação ao impacto do setor de metalurgia mineiro que vem sendo drasticamente afetado pelo aço importado da China, que vem crescendo nos últimos anos”, destacou.
Entre os municípios mineiros que mais contribuíram para o desempenho das exportações mineiras no último ano estão Araxá, que se destaca pela exportação de ferro-ligas, Nova Lima, que se destaca pela exportação de minério de ferro e ouro, e Conceição do Mato Dentro, também com minério de ferro.
Importações
Assim como aumentaram as exportações, as importações mineiras também cresceram no ano passado, atingindo o montante de US$16,9 bilhões (aumento de 9,73% em relação ao ano anterior). Ainda assim, o saldo da balança comercial mineira cresceu e fechou o ano com o valor de US$ 24,9 bilhões, o maior dos últimos três anos.
Entre os principais produtos importados pelo Estado estão carros (5,84%), caminhões (3,27%) e hulhas e briquetes de carvão (3,24%) utilizados pela indústria siderúrgica. E a maioria dos produtos importados por Minas Gerais vem da China (25,74%), Estados Unidos (11,78%) e Argentina (9,23%).
Fonte: Centro Internacional de Negócios da FIEMG
Fonte: Centro Internacional de Negócios da FIEMG
Outro destaque foi o aumento significativo na entrada de sangue, soros e vacinas para fins terapêuticos, possivelmente impulsionado pela instalação de centros de distribuição de multinacionais farmacêuticas na região de Extrema, no Sul do Estado. “Esse movimento tem o potencial de destacar Minas Gerais como um polo estratégico para atrair investimentos internacionais no setor farmacêutico nos próximos anos”, destaca a analista de Negócios Internacionais da FIEMG, Verônica Winter.
Ainda segundo ela, as importações mineiras em 2024 cresceram mais em valor do que em volume, resultado da valorização do dólar frente ao real. “Embora o volume das importações tenha se mantido estável, houve um aumento significativo no valor dos produtos importados”, explica..
Nesse sentido, Verônica reforça que essa valorização do câmbio pode impactar negativamente as importações em 2025. “Em relação à taxa de câmbio temos uma expectativa de que o real se mantenha desvalorizado diante do dólar, o que inicialmente favorece as exportações, no entanto, apresenta-se também como um ponto de atenção em relação às importações de máquinas e insumos para a produção industrial”, afirma.
Thaís Mota
Imprensa FIEMG