Na manhã desta terça-feira (29/04), o Centro Internacional de Negócios da FIEMG (CIN) e o Sindicato das Indústrias de Carnes, Derivados e de Frios de Minas Gerais (Sinduscarne-MG) promoveram o seminário “Oportunidades de Exportação para a China”, em Belo Horizonte. O evento reuniu empresários, especialistas do setor e representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para debater as perspectivas e os desafios da exportação de carnes para o mercado chinês.
A programação contou com uma abertura conduzida pelo presidente do Sinduscarne, Pedro Braga, seguida de apresentações sobre o panorama mundial do comércio de carnes e as oportunidades específicas para o mercado chinês, conduzida pela analista de Negócios Internacionais do CIN, Verônica Winter. Ela afirmou que, atualmente, a China é o principal comprador de carne bovina brasileira, mas o potencial de crescimento das exportações ao país asiático é muito grande, especialmente no cenário de guerra comercial com os Estados Unidos.
“Temos uma janela de oportunidade significativa. Em 2024, 36,8% das carnes importadas pela China vieram do Brasil, e Minas já aparece como o 5º Estado exportador. O mercado chinês já reconhece a qualidade da nossa carne bovina, o que favorece a habilitação de novas empresas. Ainda assim, é fundamental estar atento às exigências do país e ao processo criterioso de habilitação”, destacou Verônica.
Em seguida, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) abordou os requisitos para o processo de registro e habilitação de empresas brasileiras interessadas em exportar para a China. “A habilitação para a China é um processo técnico, complexo e altamente criterioso. Exige atenção total à documentação, infraestrutura da planta, rastreabilidade e à conformidade com normas específicas do governo chinês. Nosso papel é garantir que todas as informações enviadas sejam fidedignas, pois isso impacta diretamente a credibilidade do Brasil como exportador. Cada detalhe conta”, afirmou Carlos Gustavo de Morais Ribeiro, auditor fiscal federal agropecuário.
Outro destaque foi a participação do CIT SENAI Alimentos, que apresentou soluções práticas para adequação dos processos de habilitação, apoiando as empresas na conquista de novos mercados. “A habilitação para exportar carnes para a China é plenamente viável, mas requer preparo, estratégia e alinhamento com exigências rigorosas. No CIT, oferecemos consultorias personalizadas para apoiar desde a adequação da planta industrial até a revisão de programas de autocontrole e rastreabilidade. É preciso ter processos funcionando na prática, não apenas no papel”, explicou Érika Lopes Duarte, engenheira de alimentos e coordenadora de negócios do CIT SENAI.
Ainda no seminário, a gerente do Centro Internacional de Negócios da FIEMG, Rebecca Macedo, também apresentou todo o trabalho desenvolvido pelo setor e os produtos disponíveis para fomentar a internacionalização da indústria mineira.
Para finalizar, a Plena Alimentos compartilhou um case de sucesso, relatando sua experiência e os aprendizados no processo de exportação para o mercado chinês. A trader da empresa, Beatriz Maia, falou sobre a operação da Plena na China e destacou os desafios e aprendizados no processo de habilitação.
“É um processo rigoroso, mas não impossível. A chave é seguir o fluxo com seriedade e consistência. A Plena conseguiu a habilitação em 2019 após um longo preparo, e hoje exporta para mais de 50 países. A habilitação exige investimento, capacitação e continuidade. Um erro pode custar caro — já vivemos situações em que cargas foram incineradas por falhas fora do nosso controle. Por isso, é preciso estar sempre pronto e consciente de que um deslize afeta toda a cadeia e a imagem do Brasil no mercado internacional”, relatou Beatriz.
O seminário proporcionou aos participantes uma visão estratégica sobre o setor, além de promover a troca de informações essenciais para quem busca expandir sua atuação internacionalmente.
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Thaís Mota
Imprensa FIEMG