Uma pesquisa sobre a escassez de mão de obra na construção civil foi apresentada e o tema, debatido, durante a última reunião do ano da Câmara de Obras Industriais da FIEMG, realizada nesta sexta-feira (22/11), na sede da FIEMG, em Belo Horizonte. No formato híbrido, o encontro teve a condução do presidente do colegiado, Ilso de Oliveira.
Pontos relevantes do levantamento foram detalhados pela diretora de pesquisa qualitativa do Grupo Opinião de Pesquisa, Patrícia Reis. O material traz um resultado a partir de entrevistas em profundidade com engenheiros, gestores de obras de construtoras de diversas partes do país, sindicatos e trabalhadores. Patrícia disse que a análise desse material foi dividida a partir da problemática, do ecossistema do canteiro de obras, de estratégias e perguntais finais.
A pesquisadora mostrou ainda um panorama em torno do canteiro de obras que, segundo ela, é “volátil, incerto, complexo e ambíguo”, além de envolver diferentes vertentes, como incorporação, projetos, aprovações, estrutura física, logística, mão de obra heterogênea, estrutura hierárquica e maquinário. Nesse ambiente, conforme o levantamento, existem diferentes cenários diversos que englobam acidente, fluxo logístico, faltas e outros.
“Para os entrevistados, inclusive os trabalhadores, o maior problema da indústria da construção é a mão de obra, com destaque para a falta de pessoal e desqualificação”, observou a pesquisadora ao apontar desafios do setor que precisam ser superados. Além disso, com as entrevistas, o levantamento apontou que as condições de trabalho nos canteiros são melhores em relação ao passado, porém a desvalorização social ainda persiste nesse ambiente
Hoje, conforme a pesquisadora, as melhorias nesses espaços podem ser verificadas na segurança e condições do trabalho (alimentação, refeitório, espaço de descanso e jogo), vestiário, banheiros entre lajes, programas de engajamento e integração e aparato legal contra assédio moral. Nesse contexto, Patrícia Reis citou ainda ações de assistência e de profissionalização.
Por fim, Patrícia elencou algumas propostas para melhorar o cenário de falta de mão de obra e qualificação. Para ela, entre outros caminhos, são necessários “um movimento conjunto e urgente para a criação de uma nova representação social do trabalhador da construção civil e articulação entre os stakeholders em torno de projetos inovadores de incremento de produtividade”.
Depois da apresentação, participantes da reunião debateram o assunto com a convidada. Ilso Oliveira afirmou que o tema tratado é aderente com uma das diretrizes de atuação da câmara, que é “discutir e buscar caminhos para amenizar o problema de mão de obra” e, conforme ele, “as informações trazidas pela pesquisa fomentaram reflexões importantes”.
A reunião tratou também das atualizações das ações dos grupos de trabalho.